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Cultura Italiana

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Vecchie Pagine - Canzoni [Lucio Dalla] (1996)

Hoje é a primeira postagem feita escolhida diretamente por todos os visitantes do blog via enquete. A tema do mês passado para iniciarmos esta postagem foi: "Perdemos um grande músico e um grande vazio ficou em nós. Com o tema "Pessoas que deixaram saudades", quem deveria receber uma resenha do blog? Lucio Dalla, que deixou-nos neste início de março, aos 69 anos, ou Alex Baroni, que a mais de 10 anos nos deixou em um lamentável acidente em Roma que o tirou a vida sem chegar ao menos aos 40 anos?" Lucio Dalla venceu com grande folga, e o dobro dos votos dos visitantes do blog e aqui está sendo cumprido a nossa promessa. A resenha de hoje é do disco Canzoni, de 1996, um de seus mais famosos trabalhos.


Vecchie Pagine I - Lucio Dalla, Canzoni. [1996]

Lucio Dalla era um italiano com alma latina. Com suas músicas de sonoridade latinas, seus temas que muito lembravam a América, sem deixar seu italianismo de lado [Todos seus discos são gravados em sua língua nativa], Lucio Dalla conquistou o mundo. Muitos o chamavam de Bob Dylan Italiano, devido a sua grande experimentação musical e a sua qualidade tocando Folk Rock.
Dois anos antes de fazer Canzoni, Lucio Dalla lançava Henna e se reencontrava com sua vitalidade dos anos de ouro, após alguns discos que apenas soltavam pequenos flashs de seu antigo eu.
Porém, em 1996 com o lançamento de Canzoni, Lucio Dalla reprende a músicas para reflexão, com letras belíssimas, sem se importar com críticas e lança assim, totalmente fora de seu estilo habitual de ser, um de seus melhores discos.
Começamos ouvindo "Ayrton", uma homenagem feita para Ayrton Senna, piloto de Formula 1 e ídolo brasileiro, que sofreu um dos acidentes que mais choraram o país e o mundo. Para quem não viu, imagine como é, ver ao vivo e a cores, cedo da manhã, a um dos ídolos de toda uma década de um país no esporte, vir a falecer em público, num acidente brutal fazendo aquilo que ele e todos seus seguidores amavam. Foi muito forte. Esta música também é muito forte. totalmente calma, com uma bela letra, como se fosse Senna falando contigo, explode em um solo de guitarra do meio para o final da música que parece ser um arranque de carro formula 1, que te pega de surpresa e te leva ao êxtase.
"Canzoni" é a faixa que entitula o disco e não é por menos. Este é um de seus singles mais lindos e relembrados, uma música alegre, cheia de vida, com teclados, violinos, e um vocal belo de morrer de Lucio Dalla.
A música ganhou um videoclipe no ano de 2003, que você pode assistir aqui:


Continuamos o disco com a terceira faixa, chamada "Tu Non Mi Basti Mai", música que tenta reencontrar a mágica e o encanto épico de "Nuvolari", e o músico se rende à caneta de Tullio Ferro para o ajudar nesta jornada. E eles conseguem com uma bela letra, e ótimo arranjo folk, uma aproximação fantástica.
Vem a faixa "Domani" e com ela, pelo menos nas letras, uma lembrança de um Lucio Dalla que não mudava nunca. "Deveria ser um cretino como você, estar de boca aberta a te escutar, falar todo o dia muito mal de você, mas a noite sair nas ruas procurando você..." Lindo, não é??
Chegamos na metade do disco com a faixa "Ballando Ballando", uma música deliciosíssima que deixa o clima calmaria do disco de lado e faz uma faixa eletrônica, que meus amigos costumam chamar de "faixa tchunz tchunz" porque é apenas isso a sonoridade de fundo da canção... Tchunz Tchunz Tchunz Tchunz Tchunz Tchunz ... ... ...
Porém, caros, até uma faixa "Tchunz Tchunz" de Lucio Dalla poderia emocionar. A faixa é belíssima!
O nome da sexta faixa é "Sul Mondo", que não tem nada de novo do que vimos até agora, uma faixa calma, que nos surpreende com a extrema cara de pau que Lucio sempre teve. O disco, aproveitando a deixa que fiz, continua assim até o final a partir deste ponto. Vemos apenas uma grande surpresa no disco daqui para o final. Não indo para o final, vamos falar da sétima canção, a faixa "Amici", um dos maiores singles do artista, que na verdade é a antiga faixa "Tutto Il Male Del Mondo", escrito com Sergio Bardotti e Gianfranco Reverberi. Música fortíssima, com um capolavoro de Roberto Costa, baixista que trabalhou no disco, que fez um trabalho belíssimo que superou todo o resto feito nessa música. Apesar do nome brasileiro, ele é de Bologna, totalmente Italiano.
"Prendimi Così" é a 8° canção é uma canção que como sugere o título, te pega de jeito, e te faz sentir falta do grande talento de Lucio. A canção é uma canção pop que tem lá algo de bossa. uma canção enamorada.   Poesia.
Continuamos com "Nun Parlà" e "Cosa Vuol Dire Una Lacrima" duas faixas que eu prefiro falar junto porque se completam. Dizer que é bela e que é poesia é um pleonasmo para qualquer faixa deste disco, entendemos isso enquanto falamos e ouvimos porém, estas duas faixas são a materialização da beleza em música. Principalmente a segunda, que vocês podem ouvir neste LINK.
"Goodbye" termina o disco padrão, e é uma faixa estupenda. É bela como o sorriso de uma pura criança, uma poesia transformada em notas.
A grande surpresa do disco, que havia dito antes, é as faixas escondidas, "Disperato Erotico Stomp" e "Vieni, Spirito Di Cristo". Um toque genial... Porque trata-se de uma faixa que pelo nome você já vê que exala pecado, seguido de uma música religiosa cantada de um monaco e acompanhada de orgão. Como Lucio Dalla... O Profano e o Sacro...


Escute agora a Goodbye, faixa que finaliza Canzoni, por Lucio Dalla:
NOTA: 5 Estrelas [CAPOLAVORO!]

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